A cada 5 anos, a Marcha Mundial das Mulheres conecta os processos organizativos e lutas locais em um esforço mundial que se chama Ação Internacional. O ano de 2020 será marcado pela construção da V Ação Internacional bem como pela comemoração dos 20 primeiros anos de existência de nossa organização. As ações internacionais são fruto de debates e consensos em que identificamos os pontos de encontro das diferentes realidades de luta e resistência. Para a V Ação Internacional, esse ponto de encontro são as lutas contra as transnacionais e seu papel dentro do sistema capitalista, especialmente em sua mais recente ofensiva contra a vida. Além disso, a V Ação acontece numa conjuntura de resistência ao ascenso do conservadorismo e do autoritarismo em diferentes partes do mundo. Uma das mais árduas tarefas dentro ad Marcha Mundial é a construção de uma língua comum, de consignas que ressoem tanto na África como na Europa, que mobilizem tanto na Ásia como nas Américas. O lema “Resistimos para viver, marchamos para transformar” é fruto dessa construção coletiva e mostra a força das organizações feministas em se colocar, diante das ofensivas do sistema, mas também suas capacidades para criar respostas e levá-las a cabo. Na reunião, as delegações também fizeram suas contribuições para a V Ação Internacional. A região das Américas colocou o ênfase no debate de como desmantelar o poder das transnacionais e sua instrumentalização pelo neoliberalismo para impor políticas contra a vida e a favor da tirania do mercado. A reflexão situa as transnacionais como nós de poder diversos, inseridos na indústria, nos comércios, na extração de matéria-prima e na exploração de recursos naturais. As coordenações das américas encararam como principal desafio a tradução para o cotidiano de como as transnacionais afetam a vida de todas. Além disso, pensar uma estratégia de como visibilizar essa espoliação da vida é uma tarefa considerada necessária pela região.