As mulheres se propõem a fortalecer a mobilização permanente de nosso movimento e em ações de resistência, denúncia e solidariedade, com alianças internacionalistas e anti-imperialistas. E para fortalecer as propostas de novas assembléias constituintes e a formação de estados plurinacionais, que são passos necessários na luta pela democracia e pelo respeito aos povos originários.
Procuramos organizar um plano para estender e enraizar a MMM nos países e territórios, em nível internacional e regional. Nas Américas, aprofundar nossa ação no Caribe é uma parte especial deste processo. Em nossa agenda, levamos em conta as mulheres que vivem hoje em guerra, o militarismo, o deslocamento e as marcas da migração, os impactos das corporações transnacionais, assim como a violência e o tráfico. O anti-racismo e a luta camponesa são marcas fundamentais de nossa luta, assim como as experiências de agroecologia e soberania alimentar, de solidariedade e defesa da vida nos territórios e comunidades e em mobilizações como a Marcha das Margaridas. Estas são práticas que precisam ser tornadas visíveis, juntamente com uma visão da sustentabilidade da vida baseada na economia feminista. Desta forma, a MMM está pondo em prática seu lema "resistimos para viver, marchamos para transformar". |
Para realizar esta agenda, foi avaliada a necessidade de articular a formação e a comunicação como eixos centrais no desenvolvimento das ações da Marcha Mundial das Mulheres. Isto enfatiza a necessidade de melhorar ainda mais as comunicações externas e internas, inclusive contribuindo coletivamente com o portal Capire e para nossos órgãos de comunicação regionais e internacionais. Garantir o acesso e o melhor uso possível das tecnologias também deve ser uma estratégia de nossa articulação. Também foi acordado o acompanhamento da Escola Internacional Feminista Berta Cáceres, em suas edições na região das Américas e especialmente no Caribe. Nossa diversidade de participação, experiências e espaços de luta nos torna mais fortes, pois nos une em pé de igualdade com mulheres jovens, adultas e idosas na formação de nosso movimento e práticas políticas radicais e criativas.
Representações e instâncias internacionais As delegações decidiram então sobre suas representantes para o Comitê Internacional (CI) da Marcha Mundial das Mulheres, um grupo de coordenação que reúne mulheres das cinco regiões onde estamos em luta. O CI é importante para a organização da MMM em nível global, articulando as diretrizes entre regiões e aprofundando nossa luta anti-sistêmica. As representantes do último mandato avaliaram o trabalho dos últimos anos, que teve uma organização permanente, com reuniões regulares que deram mais unidade à Marcha na região. Há os desafios de estruturar um processo de formação regional e incorporar mais a região do Caribe, e assim articular uma dinâmica que vai além dos limites das diferenças linguísticas. As representantes das Américas no Comitê Internacional eleitas para o novo mandato são Nalu Faria (Brasil), Tita Godinez (Guatemala) e Alejandra Laprea como suplente (Venezuela). |