A Guatemala sofreu um conflito armado durante mais de 30 anos (1960 – 1996). O conflito se desenvolveu no contexto da Guerra Fria e em meio às profundas desigualdades causadas por países praticamente detonados pelos governos corruptos e complacentes com os anseios das transnacionais estadunidenses, como a Unite Fruit Company.
Em 1986, com o Acordo de Paz de Esquipulas, teve início o processo de paz na região, que, segundo as palavras de Sandra Morán, “na realidade, aconteceu para pacificar a região com o objetivo de impulsionar os acordos de livre comércio”. Apesar disso, não se pode negar a imensa vontade do povo de superar os conflitos e construir a paz com justiça. |
De 1994 a 2000, o Setor de Mulheres dedicou sua força e energia para colocar as propostas das mulheres dentro da Assembleia da Sociedade Civil e das mesas de negociação dos Acordos de Paz e para resistir, junto com outros setores, às pressões pela imediata assinatura dos acordos e esvaziamento do conteúdo social presente em sua elaboração.
Nessa primeira etapa, a organização conseguiu se fortalecer e colocar a agenda das mulheres para a paz, concretizar a instância de observação dos Acordos de Paz enquanto Fórum Nacional da Mulher, empreender processos de formação política, criar a Secretaria Presidencial da Mulher e políticas públicas de igualdade de oportunidades, complementar o espaço da coordenação da Plataforma de Beijing, a rede contra a violência e outras coordenadorias temáticas, |
A APSM comemora 27 anos de existência revisando o planejamento estratégico para os próximos 5 anos, conectando seus princípios políticos com a realidade e com as agendas específicas das organizações da Aliança. Quando perguntamos a María Dolores sobre o futuro, ela nos responde: “Vejo um futuro difícil, incerto, mas o futuro sempre foi assim. Por isso, nos alimentamos do lema que sempre carregamos, ‘o futuro não chega, é construído’, como uma forma de assumir que somos sujeitas e não cair na falta de esperança e continuar sonhando com uma sociedade mais digna e nisso investir nossos corpos, desejos e cumplicidades para que nosso presente contribua para alcançá-lo”.
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¡Resistimos para vivir, marchamos para transformar!
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