No Brasil, os meses de maio e junho foram intensos nas mobilizações contra medidas neoliberais do governo Bolsonaro. As duas pautas centrais são a defesa da educação pública, a campanha por Lula Livre e o rechaço à reforma da previdência. A adesão da sociedade às mobilizações tem sido bem ampla, reunindo centenas de milhares de pessoas por todo o país.
Mulheres querem se aposentar No dia 03 de junho, movimentos de mulheres organizaram o Dia Nacional de Luta das Mulheres Contra a Reforma da Previdência. Foi um dia de ir às ruas fazer panfletagens, dialogar com a população e coletar assinaturas para o abaixo-assinado da Frente Brasil Popular contra a reforma. As atividades se concentraram na frente dos prédios do INSS, em feiras públicas ou em calçadões, principalmente no Nordeste, onde houve atividade em mais de 15 cidades, principalmente no estado do Rio Grande do Norte.
A reforma da previdência proposta pelo governo de Bolsonaro é extremamente perigosa para as mulheres, que são as que trabalham de maneira mais precária, recebendo menos, com mais informalidade e vulnerabilidade. A reforma, se aprovada, irá reduzir a aposentadoria de grande parte da população para menos de um salário mínimo, e cortará garantias que são essenciais para a vida. |
Educação ficaUma ameaça do governo de cortar um terço da verba pública de pesquisa e educação levou organizações de estudantes e professores a articular grandes paralisações no mês de maio. A ameaça de corte é, ao mesmo tempo, uma forma de perseguir movimentações políticas e de pensamento crítico e, também, de desmontar o Estado e alavancar o neoliberalismo. As mobilizações aconteceram nos dias 15 e 30 de maio, em todas as capitais e em muitas cidades menores. As militantes da MMM, especialmente as jovens, estudantes e professoras, estiveram presentes nos atos na maioria dos estados do país, com blocos e batucadas feministas. “Nós viemos dizer que o conhecimento que nós produzimos é fundamental para a sociedade. Porque o conhecimento que produzimos diz que a orientação desse governo está equivocada, porque está servindo à elite e não ao povo trabalhador”, disse Mariana Lacerda, da Marcha Mundial das Mulheres do Ceará.
Greve geral derruba o capitalEste foi um dos chamados entoados pelas batucadas feministas da Marcha durante o dia 14 de junho, dia de greve geral. Participamos da manifestação tanto nas capitais, como Palmas, São Paulo, Belo Horizonte, Aracaju e Porto Alegre, quanto em cidades um pouco menores, como Parintins, Blumenau, Garanhuns. Ao todo, foram mais de 360 cidades em greve, onde várias categorias paralisaram. As mulheres da MMM participaram das atividades de greve, nos locais de trabalho e nas vias públicas, junto a outras organizações, desde o início do dia, resistindo inclusive à repressão policial em algumas cidades.
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