Yildiz Temürtürkan, , fala sobre a próxima e 6ª Ação Internacional da MMM durante encontro no Brasil
A mesa de debate sobre a 6ª Ação Internacional da MMM foi realizada durante as atividades do 3º Encontro Nacional da MMM Brasil, em Natal, Rio Grande do Norte. A coordenadora internacional da MMM, Yildiz Temürtürkan fez uma intervenção em que pautou a importância de compreender as mudanças nas dinâmicas do capitalismo, desafiando os movimentos sociais e o feminismo a, mais especificamente, formular novas estratégias de atuação a partir dos territórios. Yildiz afirmou que recuperar os acúmulos políticos da Marcha Mundial das Mulheres é fundamental para a construção da 6ª Ação Internacional de 2025. “No próximo ano, marcharemos contra todas as formas de guerra, sejam as guerras convencionais ou híbridas. Marcharemos por soberanas, por nossos corpos, nossos territórios e pelo bem viver”, conclamou. Nesse cenário, ações fortes e contundentes promovidas nos lugares onde as feministas estão organizadas é fundamental para ter capacidade de enfrentar esse sistema. Yildiz também comentou sobre as novas roupagens do colonialismo, em nível global, e sobre os avanços da extrema direita que promove a misoginia e a lesbofobia, e provoca o avanço da destruição da natureza, como é possível ver na aceleração das mudanças climáticas. Tudo isso demanda que os movimentos elaborem novas respostas para as crises e construam alternativas concretas a esse modelo predatório. Essa elaboração deve ser coletiva, feita em aliança com outras organizações anticapitalistas, e tem incidência nos níveis local, regional e internacional. A ação de 2025, assim como a que foi realizada em 2021, estará pautada em quatro pilares que estão ligados aos eixos de luta da MMM: 1) a defesa dos bens comuns contra a exploração das empresas transnacionais; 2) a proposição da economia feminista como alternativa concreta à economia capitalista, que também é patriarcal e racista; 3) a defesa da autonomia feminista sobre os corpos, as sexualidades e os territórios das mulheres; 4) o enfrentamento à militarização e a outras formas de violência que assolavam territórios em todo o mundo. Para a MMM a economia feminista é uma ferramenta de luta importante para o feminismo porque ela revela que as relações de poder e a organização econômica estão associadas, de modo que é preciso “mudar o mundo e a vida das mulheres em um só movimento”, como dizem as feministas da Marcha. A economia está no centro das relações de poder. Considerando o quarto eixo da Ação Internacional de 2025, ela terá início no Saara Ocidental e será finalizada no Nepal. Como em edições anteriores, ela irá começar no dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, e finalizar no dia 17 de outubro, Dia de Luta contra a Pobreza. Conectar a força feminista e a luta de classes será a premissa da ação e de todo o seu processo de organização. Nosso 4 eixo será para confrontar a militarização dos territórios e da vida das mulheres. E por isso começaremos nossa ação no dia 8 de março de 2025 no Saara Ocidental. Em todas nossas ações iniciamos as ações no 8 de março e terminamos em 17 de outubro. Sempre organizamos ações em âmbito local, nacional, regional e global. Conectando nossa força feminista, com feminismo e luta de classes. “Estamos trabalhando para construir um símbolo comum que nos una como Marcha Mundial das Mulheres. Queremos ter tendas espalhadas pelo mundo. A tenda tem a ver com a luta por moradia, que também tem a ver com as mudanças climáticas, causadas pelo capitalismo. Um outro significado tem a ver com as migrações, e com as pessoas e as populações que migram e são refugiadas em todo o mundo. Em muitos lugares do mundo, como Ásia e África, trazemos essa simbologia das tendas na perspectiva dos povos. As tendas também acolhem nossas alternativas e debates, como a economia feminista, a agroecologia, a defesa dos comuns”, contou Yildiz. Para Yildiz, além da organização de uma Ação Internacional forte, que responda aos avanços da extrema direita, também queremos trazer a memória de vida e lutas de companheiras como Nalu Faria, cuja trajetória foi sempre marcada pela construção do feminismo internacionalista por princípio. Nalu Faria presente, hoje e sempre
¡Resistimos para vivir, marchamos para transformar! We resist to live, we march to transform! Nous résistons pour vivre, nous marchons pour transformer ! Resistimos para viver, marchamos para transformar!